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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Entendendo melhor o mundo Linux

 Yago Elric
Adm e Uploader



Retirado de Largado em Guarapari


A despeito da indiscutível supremacia do Windows no mercado de sistemas operacionais (no 1º trimestre deste ano, ele marcou presença em 70% dos computadores vendidos no Brasil, contra módicos 22% do Linux e insignificantes 1.5% do Mac OS), existe vida inteligente fora do “Planeta Microsoft”. E considerando que estou em falta com o Pingüim – que mal foi citado nas quase 200 postagens já publicadas aqui no Blog –, resolvi aproveitar o feriadão (frio e úmido aqui em Sampa, depois de quase duas semanas de um calor senegalês atípico) para dedicar algumas linhas à criação de Linus Torvalds.
A propósito, por ocasião da abertura da feira LinuxCon, no início do mês passado, Torvalds disse que não fez fortuna com o Linux devido a uma “escolha pessoal”, e que, quando começou a desenvolver o sistema, “nem imaginava a importância que ele ganharia”. Mas deixemos de lado a sutil contradição que se infere dessa resposta e passemos ao que interessa.

O Linux tem fama de ser difícil, complicado, incompatível e, portanto, um sistema mais adequado a NERDS, GEEKS e Cia. No entanto, boa parte dessa conotação negativa advém de uma questão cultural estimulada pela concorrência. Ainda que os neófitos possam achá-lo “estranho” num primeiro momento, essa impressão tende a desaparecer diante das vantagens da interface gráfica opcional, do ambiente completamente personalizável e dos gerenciadores de pacotes que permitem ampliar o leque de funções com poucos cliques, sem exigir recursos enormes, software caro e vigilância constante contra malwares.
Os aplicativos nativos das distribuições Linux permitem fazer praticamente tudo o que se faz no Windows, mas de forma mais barata – e até mais simples: para tarefas comuns de produtividade, por exemplo, o BrOffice oferece programas similares aos do MS Office; para navegação na Web, o Firefox não é motivo de preocupações, até porque ele já é familiar a muita gente (uma possível exceção fica por conta do Shell Unix/Linux, conquanto o aprendizado dos comandos seja meramente optativo).
No âmbito corporativo, a adoção do Linux é particularmente atraente, já que a ausência de taxas de licença de software e a redução dos investimentos em hardware proporcionam uma economia considerável (aliás, sua participação no mercado de sistemas operacionais vem crescendo significativamente, inclusive com o apoio de gigantes do quilate da IBM, Hewlett-Packard, Intel, Novel e Oracle). No que diz respeito às “famigeradas incompatibilidades”, é certo que elas ainda ocorram – até porque muitos desenvolvedores escolheram manter seus codecs, softwares ou drivers fechados e proprietários –, mas sempre é possível encontrar alternativas funcionais, sem mencionar que pacotes como o Wine permitem rodar no Pingüim uma vasta gama de programas desenvolvidos nativamente para o Windows.

Vale relembrar que, nos primórdios da informática, o valor real dos computadores estava no hardware, não no software. No entanto, com o crescimento da indústria de TI, os programas passaram a ser comercializados separadamente, e isso levou os desenvolvedores a buscar mecanismos de proteção de propriedade intelectual para garantir suas vantagens competitivas. Atualmente, do ponto de vista da distribuição, os softwares se dividem basicamente em LIVRES (como é o caso do Linux) e PROPRIETÁRIOS (como é o caso do Windows, cujo código-fonte tão bem guardado quanto a fórmula da Coca-Cola). No primeiro caso, os programas são distribuídos no modo fonte (o “código-fonte” é o “núcleo” do programa), e podem ser copiados, adaptados, modificados, aprimorados e distribuídos pelos próprios usuários (note que isso não implica em “domínio público”, mas sim em licenciamentos que, em maior ou menor grau, concedem essas liberdades). No segundo, eles são disponibilizados no modo binário, e sua utilização é regida por contratos de licença que estabelecem restrições à execução, cópia e modificação dos programas.

Observação: Nem todo software livre é gratuito e nem todo software gratuito é livre. Os “freewares”, por exemplo, são oferecidos gratuitamente – geralmente por conta de uma estratégia comercial que visa despertar o interesse dos usuários por suas versões pagas (e mais completas). No entanto, sua distribuição é feita apenas na forma binária, já que seus contratos de licença proíbem quaisquer modificações.

Vistos e compreendidos esses conceitos, podemos passar a algumas considerações de ordem prática para quem está pensando em “pular a cerca”:

1- Da mesma forma como o Windows é oferecido em diversos “sabores” (do Starter ao Ultimate), o Linux conta com um vasto leque de “distribuições” – dizem até que migrar para o Pingüim é fácil, difícil é escolher a distribuição mais adequada.

2- O Linux não é muito exigente em termos de hardware, de modo que não você não precisa de um computador poderoso para conseguir um desempenho satisfatório. Se seu PC é antigo, o Puppy Linux é uma boa escolha; para desktops com RAM e espaço e disco limitados, o Xubuntu e o Debian XFCE Edition podem ser mais interessantes.

3- Em máquinas mais modernas, os periféricos podem influenciar a escolha da distribuição (se você tenciona utilizar leitor de cartões de memória, modem 3G ou impressora multifuncional, por exemplo, não deixe de checar sua compatibilidade com a distribuição que pretende usar).

4- Segundo a maioria dos “entendidos” em Linux, o Ubuntu é a opção mais amigável para iniciantes, além de oferecer excelente compatibilidade de hardware. No entanto, o Fedora, o Linux Mint e o openSUSE não devam ser descartados sem uma análise cuidadosa.

5- As distribuições podem apresentar variações conforme a aplicação (EduBuntu para educação, por exemplo, ou UbuntuStudio para músicos, artistas gráficos assemelhados), mas cada qual conta com sua própria comunidade online, que oferece ajuda gratuita para a solução dos mais diversos problemas.

6- Também é possível optar por uma versão comercial, com suporte técnico oferecido pelo desenvolvedor ou revendedor (como o Red Hat Enterprise Linux e o SUSE Linux Enterprise Desktop, dentre outros).

7- Diante de eventuais dificuldades em decidir qual distribuição utilizar, você pode recorrer a “testes online” para guiá-lo em sua escolha sugiro o Distro Chooser). .

8- Seja qual for a sua escolha, não deixe de fazer um “test drive” a partir de um LiveCD ou LiveUSB (se a primeira distribuição que você escolher não lhe agradar, há muitas outras para experimentar). Caso resolva mesmo instalar o programa, faça-o em regime de “dual boot”, de modo a manter o Windows disponível (pelo menos por mais algum tempo).

Vale salientar que este que vos escreve não tem a menor intenção de abandonar o velho Windows; se existe alguma perspectiva de mudança no curto prazo, ela remete ao Seven. A rigor, minha idéia era apenas trazer à baila algumas noções sobre a “vida inteligente fora do Planeta Microsoft” (gosto dessa frase), ainda que de maneira elementar, já que não tenho familiaridade com o Pinguim além do pouco que amealhei, por dever de ofício, durante a criação do livrinho sobre o Ubuntu.

Observação: O termo “Ubuntu” (que significa algo como “humanidade para os outros”) foi escolhido para batizar uma distribuição Linux baseada no Debian – mas muito mais simples de instalar e utilizar – que incorpora uma ideologia ética sul africana focada no compromisso e nas relações entre as pessoas (um dos princípios fundamentais da Nova República Sul-Africana e ao “renascimento africano”).

Falando em Ubuntu, não custa lembrar que você pode fazer um “test drive” diretamente da mídia de instalação, função Live CD (dica do LinuxUser no comentário de domingo 12). Caso haja interesse, basta dirigir-se ao site http://www.ubuntu-br.org/, fazer o download gratuito do programa e criar seu próprio disco, embora eu sugira encomendá-lo já pronto (escolha a versão mais atual, mas fuja de qualquer coisa que seja alfa, beta ou RC). Com o CD em mãos, além de conhecer melhor essa distribuição (que é pra lá de amigável e, portanto, indicada – não só, mas principalmente – para quem está tendo seus primeiros contatos com o Pingüim), você pode ainda vasculhar vírus em seu computador, navegar na Web de forma segura, apagar definitivamente os dados do HD e muito mais. Vejamos isso melhor:

Se sua máquina se recusar a dar o boot e você desconfiar de uma infecção viral, insira o disco de instalação do Ubuntu no drive e selecione a opção TESTAR O UBUNTU SEM QUALQUER MUDANÇA EM SEU COMPUTADOR. Feito isso, Abra o Firefox, baixe o avast! Linux Home Edition e escolha a opção ABRIR do Firefox, de modo a instalar a ferramenta. No menu LOCAIS, clique nas partições do Windows, acesse o programa em APLICATIVOS > ACESSÓRIOS > AVAST ANTIVÍRUS e clique em FERRAMENTAS; ATUALIZAR O BANCO DE DADOS. Em PASTAS SELECIONADAS, pressione o botão de adição (+), localize as partições do Windows (que ficam na pasta MEDIA) e clique em INICIAR ESCANEAMENTO para localizar e neutralizar o malware.

Para navegar na Web de forma mais segura (ao realizar transações via Net Banking ou outras operações que exijam segurança máxima), repita os passos da dica anterior para iniciar o Ubuntu e acessar o Firefox. Se for preciso utilizar Flash, clique em SISTEMA > ADMINISTRAÇÃO > GERENCIADOR DE PACOTES SYNAPTIC, localize UBUNTU RESTRICTED EXTRAS, dê um clique direito sobre essa opção, selecione MARCAR PARA INSTALAÇÃO, clique em APLICAR e novamente em APLICAR.

Para limpar o HD de forma irreversível (e garantir que alguém a quem você venda ou doe seu computador não tenha acesso às informações gravadas no disco) use o SYNAPTIC para instalar o pacote WIPE, selecione APLICATIVOS; ACESSÓRIOS; TERMINAL e execute o comando SUDO FDISK –L. Escolha as partições do Windows (ou aplique a solução para todas, caso queira apagar tudo em todos os discos) e use o comando “sudo wipe /dev/sdb1” (sem as aspas e substituindo a expressão sdb1 em cada caso).

Algumas observações do Yago:

Atualize seu Ubuntu logo após de instalar, isso evitará transtornos


  • O Pacote Restritcted Extras não é somente para o Flash, mas para vários outros formatos de arquivo, como o MP3
  • Procure no Central de Programas do Ubuntu os seguintes programas: VLC Player, Gnome Player e Audacious, os dois primeiros reprodutores de uma boa quantidades de formatos de vídeo, e o Audacious muito bom pra execução de arquivos de áudio
  • Também recomendo a lida do Guia do Ubuntu; para baixar, click aqui

Procure o que são e quais os tipos de ambientes gráficos, e se por acaso não gostar do Ubuntu, aqui no blog existe um link para verificar qual é a Distribuição mais adequada para você.

É isso, gostou? Então comenta!

Abraços, e fiquem na paz


Não, A capa do CD não era essa =D

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